O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta terça-feira (7) um panorama do projeto da Ferrogrão e das possíveis consequências de uma decisão do STF sobre os limites do Parque Nacional do Jamanxim (PA). Apesar das incertezas, o governo já avalia alternativas para manter a ferrovia nos planos do país.
O STF retoma nesta quarta-feira (8) o julgamento da ADI que questiona a lei de 2017, que reduziu 862 km² do Jamanxim para permitir o traçado da ferrovia. A AGU, representando o governo, chegou a apontar inconstitucionalidade na lei, mas garantiu a viabilidade do projeto, afirmando que seu traçado foi redefinido para acompanhar a rodovia BR-163.
A Ferrogrão, defendida por grandes empresas do agronegócio como Cargill, Bunge e Amaggi, visa ligar Sinop (MT) ao porto de Miritituba (PA), criando um corredor logístico para exportação de grãos e insumos do Centro-Oeste aos portos do Arco Norte. Segundo o governo, a ferrovia poderia reduzir até 3,4 milhões de toneladas de CO₂ por ano, evitando até 1,2 milhão de viagens de caminhões pela BR-163.
Embora a ala ambiental do governo critique o projeto pelo risco de aumento de desmatamento, Lula segue comprometido com a Ferrogrão, que foi lançada no governo Temer e retomada por Bolsonaro, mas só agora integra oficialmente o Novo PAC.