Um dos representantes do governo Lula na força-tarefa para lidar com a crise dos altos custos de hospedagem da COP 30, o ministro do Turismo, Celso Sabino, diz que os casos abusivos são exceções e que há reclamações exageradas de delegações internacionais.
“Existem absurdos, claro, mas não é a regra geral. A regra geral é que teremos quartos de várias faixas de preços, de R$ 300 a R$ 10 mil ou R$ 12 mil a noite em hotéis seis estrelas, para atender a todos os tipos de público”, afirma.
Na semana passada, Sabino foi deslocado para Belém a pedido do presidente Lula, após um grupo de países africanos ter reclamados dos altos custos de hospedagem e mencionado a possibilidade de o evento mudar de local –cenário que o paraense Sabino descarta.
“Nós estamos trabalhando para que não haja nenhum argumento para tentar dividir ou esvaziar a COP. Fazer em Belém é nosso plano A e fazer em Belém é nosso plano B”, afirmou.
Nesta semana, causou repercussão o anúncio do presidente da Áustria (um cargo simbólico), Alexander van der Bellen, de não vir ao evento, por razões orçamentárias. Sabino minimiza a questão. “O presidente não vem, mas haverá uma delegação de ministros da Áustria que virá”, declarou.
Em termos práticos, ele diz que nas próximas semanas estarão sendo liberados para reservas milhares de quartos em novos hotéis que ficarão prontos, além de dois navios de cruzeiro ancorados.
“Estamos impulsionando há quase dois anos a construção de novos hotéis e a ampliação de leitos. Liberamos através do Fungetur [Fundo Geral do Turismo] R$ 382 milhões para esses fins, recurso que os empresários devolvem a um juro de 8% ao ano, com carência e prazo de pagamento ampliado”, afirmou.
Segundo ele, a plataforma que vai disponibilizar os leitos e ficou pronta recentemente trará mais acessibilidade às reservas. “Existe um acordo com a rede hoteleira, de ter 10% a 20% dos quartos disponíveis com diária até US$ 300”, afirmou. “Claro que a demanda está alta, é como o show da Lady Gaga na praia de Copacabana”, acrescentou.
O ministro afirma ainda que a decisão de algumas delegações de não ir a Belém é algo que já ocorreu em outras COPs, e não poderá ser atribuída à disponibilidade e preço de quartos. “Muitas delegações não quiseram ir para as COPs de Dubai, de Baku, de Sharm el Sheikh, por exemplo”.
Folha de S.Paulo